Hoje, tinha decidido escrever qualquer coisa sobre o meu gosto por poesia, porque sei que algumas pessoas que me lêem não são apreciadoras.
No entanto, ainda antes de começar, quero registar aqui, nesta montra virtual, como fiquei satisfeita com algo que ganhei hoje.
Hoje ganhei o meu primeiro seguidor!
É o Cantinho dos Devaneios.
Curiosamente, também foi por aquele blog que eu comecei a ler blogs e a interessar-me por, mais, este mundo virtual. Fui trazida até ele pela “mão” de um amigo do mundo real e por cá fiquei. Mas disso falarei noutra altura.
Agora a poesia…
Já houve quem pensasse que este é um blog de poesia.
Não é. Não sou poeta. Seria um insulto aos poetas, pensar uma coisa dessas.
O que me acontece, às vezes, é saírem-me as frases em verso e a rimar. Não sei porquê…, é apenas uma coisa que me acontece.
Para além disso, gosto muito de ler poesia!
Atrai-me a forma como as palavras são colocadas nas frases e estas a formar o todo. É como se fosse um jogo, um desafio, um puzzle…, em que é necessário recolocar as peças (palavras) para se obter o significado.
E o significado pode ser o que nós quisermos, dependendo das várias formas de organizar as palavras. E as palavras podem ter duplo ou triplo (ou mais) sentido…
Não temos que encontrar, necessariamente, o mesmo significado que o(a) poeta pensou ao escrever. É como se olhássemos uma pintura abstracta e cada um de nós desse a sua interpretação.
Bem, mas de pintura abstracta é que eu não percebo mesmo nada!
Bem gostava, mas não, não tenho qualquer talento.
Adiante…, voltando à poesia…
Quando rima gosto ainda mais. Aquela musicalidade…, acrescenta outra dimensão!
A dimensão da música, que é algo de que também gosto muito, já o disse noutros textos.
O que eu escrevo, quando me vêm as frases em verso e a rimar…, é normalmente muito linear, muito fácil de entender.
Não há o jogo do puzzle, da necessidade da troca de posição das palavras. Falta-me esse talento. Talvez pudesse ser aprendido…, se lhe dedicasse tempo e atenção. Coisa que não tenho, neste momento.
Por outro lado, tem sempre a rima. Porque eu gosto mesmo da musicalidade de rimar!
Quanto ao duplo sentido…, quase sempre tem, dois, não mais. Mas é preciso conhecer-me para perceber o outro sentido.
Claro que quem lê pode dar o(s) sentido(s) que quiser!
É sempre assim, não é?
Mesmo quando se trata de prosa: “cada cabeça sua sentença” :-)
Os poetas que mais me marcaram foram, sem dúvida, Camões e Bocage!
Mas gosto de muitos outros.
E para terminar uma curiosidade…
Comecei a escrever coisas em verso com cerca de 13 anos. Tenho a história do meu primeiro namoro, entre os 13 e os 16 anos (interrompidos, claro, que nestas idades a constância não é grande coisa…), toda escrita em quadras. São mais de 100 quadras! Tudo a rimar, em rima cruzada ou emparelhada e, respeitando (mais ou menos), a métrica!
Nunca mais escrevi tanto!
A melancolia amorosa é a melhor fonte de inspiração. Não há dúvida! :-)
E cheguei a escrever sonetos (poucos) aí pelos 15 anos, que até mostrei ao meu professor de Português, da época, e ele aprovou!
Agora…, escrevo pouco. Felizmente já não há muita melancolia… :-)
E mesmo quando as ideias surgem em verso, nem sempre posso passá-las a escrito!
Aqui vos deixo um poema cantado, de que gosto muito: “Verdes são os campos”, do grande Camões. Com música e voz do grande Zeca Afonso!
Sejam felizes!!!
4 comentários:
A poesia é a prosa rendilhada!
Pois... Não que eu seja anti-poesia, aliás, quando eu escrevia mais ou menos bem, posso dizer que a minha prosa era levemente poética... Mas sou muito básica. Se entendo o que é dito, e não interessa o sentido que o escritor/poeta lhe deu, mas sim o que eu entendi, gosto; se temos um choradinho à Florbela Espanca... espanca!...
Por falar em seguidores, também fiquei toda orgulhosa, quando hoje entrei no meu blog e lá vi o "Cantinho dos Devaneios"... Só que eu não percebo népias destas coisas!... Mas o que li deu-me vontade de escrever o que vou escrever agora... lá...
A poesia também tem um destaque especial na minha vivência. Sentir qualquer coisa crescente ao ler uns versos, sentir a cadência deles a levar-me a sítio qualquer que me transcende... Olhar para palavras e ver pedaços de nós que ninguém pode ter vivido de maneira igual. A eterna pluralidade de significados da escrita. Basta sentir, a poesia é, mais que para ler, para sentir. Sem isso não faz grande sentido. É escrever também o que muito bem nos apetecer, se sentirmos qualquer coisa. Interessa lá o que os outros não sentem nas nossas palavras!
Não posso desprezar o que certa melancolia minha me traz, mas muito me alegra ler o teu "Felizmente já não há muita melancolia".
Um abraço.
mfc,
Que “imagem” bonita!
Nunca tinha pensado nisso dessa forma, mas concordo!
Abraço
lélé,
Pois…, concordo…, quando não entendo, não gosto.
E muitas vezes isso acontece.
Talvez, precisamente, porque eu também sou “básica”, no que diz respeito à poesia.
Abraço
carteiro,
“Felizmente já não há muita melancolia” pelas mesmas razões de antigamente, mas aparece por outras razões…
Qualquer coisa que me entristeça é causa suficiente para me deixar melancólica.
Não proporciona é a mesma inspiração para a escrita. Não sendo uma melancolia romântica.
E de facto…, quando necessitamos de escrever, “que interessa o que os outros sentem”?
Escrevemos por nós e para nós. É uma atitude um pouco egoísta…, mas às vezes tem mesmo que ser assim.
Abraço
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