Tenho andado adoentada. Desde o princípio da semana passada que me sinto febril, com dores no corpo, fisicamente esgotada.
Foi piorando e na sexta-feira passada tive que regressar a casa mais cedo por me sentir sem forças, até para conduzir o carro, e já a cometer erros idiotas, como enganar-me no caminho que já faço há décadas.
O fim de semana foi mauzito…, muito em baixo, dor de cabeça, dificuldade em dormir. Mas evitei esforços físicos e, pelo menos as dores no corpo, desapareceram.
Ontem fui trabalhar com bastante esforço. A noite passada voltei a ter dificuldade em dormir.
Eu durmo normalmente pouco, cinco horas é suficiente. Mas nas últimas noites mal dormi quatro horas.
Hoje, ao final da manhã, sentia-me ligeiramente melhor, mas com uma enorme dor nos olhos e na cabeça. Pudera…, dormindo tão pouco!
Tratei-me…, uma aspirina e um café negro para a dor de cabeça, uma roupa leve para o lindo dia de Sol e céu azul e lá fui ao trabalho da tarde.
Mais um percurso de carro, que desta vez já consegui desfrutar. Como habitualmente para olhar e observar, atentamente, a paisagem natural e humana. Com tanto tempo gasto nas filas de transito e nas paragens nos semáforos, aprendi a aproveitar o tempo para observar, analisar, estudar, tudo o que me rodeia. É uma boa ocupação para o tempo e reduz a ansiedade e stress pela espera. Outras vezes, simplesmente, perco-me nos meus pensamentos e memórias. Mas isto é um pouco perigoso, porque causa o desligamento da realidade e pode dar origem a acidentes. Se bem que o meu carro já me conhece e já me sabe levar quase sem ter que lhe dar ordens! :-)
O certo é que me fez bem. Quando cheguei ao meu primeiro destino de trabalho da tarde, já me sentia melhor.
O primeiro trabalho correu bem e parti para o segundo trabalho, ainda melhor. Para fazer o segundo trabalho tive que ir a uma “catedral do consumo” bem conhecida. Sempre cheia de gente, mesmo numa tarde de terça-feira!
Aquilo que na sexta-feira passada tanto me custava por estar doente, andar no meio de gente, hoje não me custou e até me soube bem.
Gosto, de caminhar verticalmente, de cabeça erguida, de olhar as pessoas com que me cruzo, de as observar discretamente e rapidamente. Num vislumbre, numa observação rápida e distante, detectam-se mil coisas. A diversidade humana!
E não me incomoda que me olhem também! Pelo contrário! Gosto de observar e analisar esses olhares. Gosto de lhes adivinhar o significado! Divirto-me imenso!
E hoje gostei! Fez-me sentir bem, os olhares que vi poisar e tardar sobre mim!
Não, não sou uma estampa!
Não uso, nem nunca usei, qualquer tipo de maquilhagem!
Não pinto nada, nem unhas nem cabelo!
Ainda não tenho muitos cabelos brancos, mas já não são contáveis!
Mas tenho cuidado com o meu corpo. Faço ginástica, sozinha, “por conta própria”, tenho cuidado com a alimentação e visto-me, não de forma provocante, mas de forma confortável, ao meu corpo e à minha vista.
Porque eu nunca fui de ir pelas modas! A minha moda é o que me faz sentir bem e quem não gostar que não olhe! Sempre assim fui e sempre assim serei!
Ora…, dados todos estes condicionalismos, seria de esperar que ninguém olhasse para mim.
Mais, seria de esperar que mesmo que sem querer, poisassem os olhos em mim os desviassem rapidamente.
Porém não é isso que acontece. Na verdade nunca aconteceu e agora, parece que quanto mais velha fico, mais demoram os olhares sobre mim. De jovens, de meia idade e mesmo de mais idade!
É interessante estudar esses olhares, porque me dizem sempre o mesmo: “estás muito bem!!!”
Ok, estou a ser presunçosa! Mas “
presunção e água benta cada um toma a que quer”, certo?
E seja como for, faz-me bem! Faz sempre bem ao ego, especialmente de alguém que como eu se apresenta o mais natural possível, sentir-se observada com prazer no olhar!
E hoje fez-me muito bem! Estava a precisar! Ajudou-me a sentir melhor emocionalmente para melhor combater o mal-estar físico dos últimos dias!