Viver a Sonhar

Recentemente decidi fazer(-me) uma reciclagem musical. Voltar a ouvir músicas de que gosto, voltar a sentir o som e as palavras, recordar o que me fizeram sentir, quando eram jovens e eu também era mais jovem.
Se bem que eu continuo jovem!
Aliás, de espírito, creio que serei sempre jovem! :-)

Adiante…, das muitas que já (re-)ouvi (acho que esta palavra não existe), há duas que tenho mesmo que destacar aqui e AGORA. Porque, para além de continuar a gostar muito delas, falam de algo sem o qual eu não conseguiria viver: SONHOS!

Adoro sonhar!
E lutar…, para concretizar esses sonhos!
E adoro concretizá-los!
E…, apesar de alguns me terem parecido em certa altura pouco realistas, o certo é que consegui!
É uma maravilha…, pensar em toda a luta que deram e a vitória que é, “chegar lá”!

E agora as músicas…
A primeira que vou mencionar, apenas porque foi a que me lembro de ouvir primeiro, foi o “Sobe sobe balão sobe”, cantado pela Manuela Bravo, no festival da canção de 1979.
Era eu, na altura, uma adolescente alegre e sorridente, não muito diferente do que sou hoje, mas com muito menos responsabilidades.
Lembro-me de delirar com a música e com a letra!
Lembro-me de estar com toda a atenção ao rádio, enquanto escrevia a letra num caderninho que eu tinha para anotar as letras das canções que mais gostava!
Quão mais fácil é agora…, basta pesquisar na Internet.
Ainda conservo o caderno :-)
Lembro-me de a cantar vezes sem conta, até quase exasperar os meus pais de tanto a ouvirem!
E lembro-me como fiquei contente quando ela ganhou! Senti-me parte daquele enorme grupo de pessoas que, tal como eu, também a acharam a melhor!

A outra, que também fala de sonhos, é a “Pedra Filosofal” de António Gedeão.
Lembro-me de ter estudado o poema, que vinha no livro de Português, assim como a “Lágrima de Preta”, do mesmo autor.
Lembro-me que gostei logo do poema. Só mais tarde o ouvi cantado pelo Manuel Freire e então fiquei agradada para sempre. E também a cantei vezes sem conta.

Também me lembro da admiração com que fiquei quando soube que António Gedeão era um pseudónimo de Rómulo de Carvalho. É que o meu livro de Física era da autoria de Rómulo de Carvalho!
Interroguei-me, na doce ingenuidade da adolescência, como podia alguém da área das ciências ser também um poeta?
Agora já sei!
:-)

E continuo a cantar…, estas e muitas outras…, algumas vezes apenas para recordar, outras para ensinar a minha filha, outras para me alegrar…, há sempre uma boa razão para cantar!