Num comentário ao meu post Interrupção Voluntária da Gravidez, a amiga lélé manifestou-se “100% contra” (citando as suas palavras), a possibilidade que eu levantei de não interromper a gravidez e doar a criança para adopção.
Como este é mais um assunto polémico e capaz de originar uma boa troca de opiniões e experiências de vida, eu opto por responder aqui, num novo post. Porque gosto de debater e de conhecer as vossas opiniões. Não se coíbam de as apresentar. Este espaço é vosso!
Amiga lélé, não me parece que assumir a gravidez e assumir a maternidade sejam coisas diferentes.
Em minha opinião a maternidade começa no momento da fecundação.
A mulher pode ainda nem ter consciência disso, mas o seu corpo já está a ser inundado das hormonas que a transformam e que lhe conferem todas as emoções e capacidades de ser mãe. Aquelas capacidades inatas, que estão nos genes, aquelas que todas as fêmeas, de todas as espécies têm e que despertam com a fecundação.
Eu já passei por isso e sei como me transformei, como as minhas emoções e sentimentos se transformaram. O corpo transformou-se mais tarde, mas as emoções e sensações tiveram transformação quase imediata. Eu nem percebia o que se passava comigo até saber que estava grávida.
Portanto, assumir a gravidez é já assumir a maternidade.
Quanto à opção de não interromper a gravidez, mas optar por doar para adopção em vez de criar o filho, eu vejo isso como um acto de amor para com o próprio filho.
Se a mãe reconhece que não tem condições (económicas, emocionais, ou outras), para dar ao seu filho a vida que ele merece mas que é possível ele ter essa vida junto de outras pessoas, então está a ser uma boa mãe ao dar-lhe essa hipótese.
Não estou a falar de engravidar de propósito para doar para adopção, tipo “barriga de aluguer”.
Também não estou a falar do desapego de se deixar engravidar e depois entregar o filho a quem calhar.
Não estou, também, a falar de uma gravidez indesejada, em que a mãe sente animosidade para com o ser que transporta no ventre. Neste caso acho que deve interromper a gravidez o mais depressa possível, porque está a fazer mal a ela própria e a transmitir esses sentimentos de rejeição ao filho.
Estou a falar de casos desesperados. De gravidezes não planeadas (que não é a mesma coisa que indesejadas), mas que a mãe aceita e quer o melhor possível para o seu filho e por isso escolhe (o melhor que puder) a quem o entregar, de forma a proporcionar-lhe uma vida digna e feliz. O mais feliz que se afigura no momento da decisão.
Este acto, de renúncia por amor, parece-me a mim a maior prova de amor que pode existir.
Ser capaz de abdicar do próprio filho, de uma parte de si própria, para bem desse filho. Para que ele possa vingar e ser alguém em vez de o matar ainda no ventre e nem sequer lhe dar qualquer hipótese.
Eu sempre tive para mim que, a maior prova de amor não é segurar a pessoa querida junto de nós, mas sim fazer tudo para que ela seja feliz. Se essa felicidade não pode ser junto de mim, então que não seja. Mas tudo farei para essa pessoa seja feliz.
Dói muito, claro que dói! Mas é preferível doer-me a mim do que à pessoa de quem gosto e quero ver feliz.
Claramente um filho é a pessoa que eu quero ver mais feliz!
Felizmente posso ter a minha filha comigo e infelizmente já não posso ter mais filhos, porque já não tenho útero. Mas uma vez mãe…, mãe para sempre. As sensações e emoções de transportar um filho no ventre e de o criar, o amor e abnegação que se sente…, são impossíveis de descrever por palavras.
Mantenho…, apoiem-se as mães para que possam levar as suas gravidezes até ao fim, quando são com amor. Nem que seja para depois entregarem as crianças a alguém que deseje muito tê-las e não consiga de outra forma.
Eu mesma, agora não posso, mas ainda alimento a esperança de algum dia vir a adoptar e criar outra criança.
A Fénix é um pássaro da mitologia grega e egípcia que quando morria entrava em auto-combustão e passado algum tempo renascia das próprias cinzas. Outra característica da Fénix é sua força que a faz transportar em voo cargas muito pesadas. A vida longa da Fénix e o seu dramático renascimento das próprias cinzas transformaram-na em símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual.
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Recebo e leio todos os comentários. Mesmo às mensagens antigas.
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«Mesa dos sonhos»
Ao lado do homem vou crescendo
Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente
Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas
Ao lado do homem vou crescendo
E defendo-me da morte povoando
de novos sonhos a vida.
---------------------
Eça de Queirós
em "As Farpas" 1871
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!"
---------------------
Fernando Pessoa
ANÁLISE
Tão abstrata é a idéia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.
Fernando Pessoa, 12-1911
---------------------
Nem Sempre Sou Igual
Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...
Alberto Caeiro
O Guardador de Rebanhos
---------------------
Luis Vaz de Camões
Amor é...
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
«Mesa dos sonhos»
Ao lado do homem vou crescendo
Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente
Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas
Ao lado do homem vou crescendo
E defendo-me da morte povoando
de novos sonhos a vida.
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em "As Farpas" 1871
O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!"
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ANÁLISE
Tão abstrata é a idéia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.
Fernando Pessoa, 12-1911
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Nem Sempre Sou Igual
Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...
Alberto Caeiro
O Guardador de Rebanhos
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Luis Vaz de Camões
Amor é...
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
GALERIA DE IMAGENS
Em homenagem aos que sofrem por causa do Cancro
Ofereço a todos os meus amigos e visitantes o código do laço rosa reluzente.
<img src="http://docs.google.com/File?id=dc6xjkpj_108hf3fq5gs_b"/>
Ofereço a quem a quiser levar
Código para copiar e colar em modo HTML:
<img src="http://docs.google.com/File?id=dc6xjkpj_2657dffpxz7w_b"/>
Código HTML do selo para o Dia da Mulher em tamanho pequeno:
<img src="http://docs.google.com/File?id=dc6xjkpj_2659c29qqwc7_b"/>
Ofertas da amiga Isabel do blogue Artista Maldito
Recebi estes selos sem qualquer regra para a sua re-atribuição.
Portanto sirvam-se meus amigos.
Levem os que vos agradarem para colorir as vossas "casas".
São ofertas do coração, tal como as recebi, com o coração.
Bem hajas amiga Isabel
Portanto sirvam-se meus amigos.
Levem os que vos agradarem para colorir as vossas "casas".
São ofertas do coração, tal como as recebi, com o coração.
Bem hajas amiga Isabel
6 comentários:
Estou contigo São, penso e sinto da mesma forma, a melhor e maior prova de amor que podemos dar, é renunciar a quem amamos para a ver feliz.
Tenho um caso de adopção na família. Tenho uma sobrinha e afilhada adoptada, hoje já tem 16 anos, e somos todos muito felizes com ela. E ela é uma menina feliz.
Digo tenho um caso, mas tive dois, também uma menina muito feliz, minha prima, mas essa infelizmente faleceu aos 17 anos, quando um louco na estrada lhe roubou a vida atropelando-a em plena passadeira.
Beijinhos,
Ana Martins
É um tema muito complexo. E as emoções envolvidas são muito fortes, fortes o suficiente para, provavelmente, levarem a comportamentos e a decisões inesperadas. Existem relatos de mães que doaram um filho para adopção, mas que depois se arrependeram e foram recuperá-lo.
Em todo o caso, de acordo com a lei portuguesa, não é possível a uma mãe biológica escolher os pais adoptivos a quem pretende doar o sue filho (veja-se o caso Esmeralda).
Ana Martins,
Lamento a vossa perda.
Qualquer morte de uma pessoa querida nos dói, mas quando é assim, uma vida ainda jovem e dessa forma, por descuido de outrém..., parece-nos ainda mais injusto.
Beijinhos
Devaneante,
Sim, a lei portuguesa é assim. De qualquer forma é suposto que essa mesma lei obrigue a que a selecção dos candidatos a pais adoptivos seja criteriosa, o que deve dar algum "conforto" psicológico a quem doa o seu filho para adopção.
Atenção que eu não defendo o "abandono" dos filhos em favor da adopção, bem pelo contrário.
O que eu defendo é que é preferível dar-lhes uma hipótese de viverem e crescerem, ainda que numa família adoptiva, do que abortar.
É claro que é algo que abala profundamente as emoções de uma mãe. Não posso avaliar porque nunca passei por isso, mas sei o amor que sinto pela minha filha e consigo imaginar o que seria ter que abdicar dela. Ainda assim fá-lo-ia, se isso fosse o melhor para ela. Na verdade todos acabamos por o fazer, quando os nossos filhos crescem e partem para as suas vidas..., apenas é mais tarde.
E já experimentei a sensação de abdicar de pessoas que gostava..., mesmo não sendo um filho dá para saber o que é abdicar por amor.
Fenix, continuo em desacordo. Sei e entendo o que dizes, quando falas em prova de amor, mas eu considero-a, principalmente, uma provação tremenda e escusada.
Como disse o Devaneante, a mãe biológica não pode escolher a mãe adoptiva. Apenas esperar que seja a melhor e isso nem sempre acontece.
Não sou contra a adopção. Muito pelo contrário. Se existe um mal terrível, que são crianças abandonadas, adoptar uma dessas crianças é um pequeno bem. Graças a essa possibilidade, eu tenho na família uma pessoa, sem a qual não concebo mais a minha família, mas, para esta felicidade acontecer, quantas crianças ficaram lá, no sítio de onde esta veio, com um olhar tão triste, mesmo sorrindo e um futuro tão incerto?
Não. Definitivamente sou contra gerar uma criança até ao seu nascimento e doá-la. Se um aborto é uma violência para a mulher, gerar o filho e largá-lo é uma violência muito maior, além de o ser para a mulher e para o filho. E, por este ponto de vista, eu posso dizer que não permitir que a criança, que será doada, nasça, também é um acto de amor.
Pode-se argumentar que essa criança poderia, eventualmente, ter um excelente futuro, mas isso, para mim, não passa de um "senário" e, como tal, não é um bom argumento.
lélé,
Este é, sem dúvida, mais um daqueles temas chamados "fracturantes" em que haverá sempre opiniões divergentes.
Todas bem intencionadas, todas tendo como base o amor e o bem estar da criança e da mãe, mas mesmo assim todas diferentes.
Porque todos somos diferentes e é nos sentimentos e emoções mais profundas que se notam mais as diferenças.
Eu também mantenho a minha opinião.
Para mim é preferível dar vida a tirá-la. Claro que muita coisa pode correr mal..., mas também pode correr bem. Até pode ser que nem chegue a ser necessário doar para adopção...
E se for..., ao menos a vida continua e enquanto há vida há esperança!
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