sexta-feira, 20 de março de 2009

Interrupção Voluntária da Gravidez

Há uns meses atrás, mais precisamente em dez de Dezembro passado, publiquei um post em cujos comentários se iniciou um debate entre mim e o Devaneante, sobre este tema.
Nessa altura prometi que um dia escreveria sobre ele e lhe responderia às questões que ele enunciou, mas como não me é fácil fazê-lo, tem sido adiado. E não me é fácil porque já passei por um aborto. Embora tenha sido involuntário marcou-me para sempre.
Pois bem, Amigo Devaneante, vou primeiro responder a cada um dos pontos que enuncias e depois apresentarei outras ideias.

1 – Para mim, esta questão não tem qualquer importância. Para mim, a partir da fecundação já há um novo ser humano. Os genes estão todos lá! Os do pai e os da mãe. Se o pai e a mãe são humanos então o que poderá ser aquela célula inicial, senão humana?
Portanto, isto para mim não tem qualquer peso na decisão de impedir ou não a continuação da gestação e o nascimento do novo ser.

2 – Concordo contigo no que diz respeito à questão de cada um ser responsável pelos seus actos, como é óbvio. Mas acho que essa questão não é decisiva. A maior parte das vezes as questões são outras completamente diferentes. É muito redutor pensá-las apenas do ponto de vista de assumir ou não as responsabilidades. E não estou a falar dos casos patológicos, como é o caso de violação, que também referes.

Conheço de perto vários casos que passo a enunciar para melhor me fazer entender.

PRIMEIRO CASO
Um casal já tem um filho. Ambas as partes desejam outro filho mas discordam dos timings. A mulher quer já, o marido quer adiar. A mulher opta por engravidar sem a concordância do marido, fazendo-o acreditar que foi por acidente. A gravidez segue o seu curso, mas o marido deixa bem claro que não gostou de ter sido “enganado”. Com o passar do tempo e ainda antes do nascimento, já este pai esqueceu por completo o sucedido e aceitou de braços abertos a vinda do seu novo filho. Porém, a mulher, guarda para sempre a memória do desagrado inicial dele. E até nem era pelo novo filho mas pelo facto de ter sido “enganado”. Pior que isso, a certa altura, resolve partilhar essa memória com esse filho, ainda demasiado criança para entender. Aliás, da forma como a situação lhe foi apresentada, não poderia entender de outra forma que não fosse a de ter sido rejeitado pelo pai desde o primeiro momento.
Mas isto é falso. Então esse pai passa uma vida inteira a “compensar” esse filho por uma falha que nem sequer cometeu. Tendo que estar constantemente a provar que gosta tanto dele como do outro.
Isto torna-se uma guerra familiar em que todos perdem. O mais velho acaba por sentir-se marginalizado e preterido em relação ao mais novo. Os pais competem entre si tentando cada um mostrar mais que o outro que desejam o mais novo. O mais novo cresce pensando que é preterido pelo pai…
Não era preferível que essa mulher se tivesse portado de outra forma?
A vinda deste filho tornou infeliz não só a sua própria vida como a vida de três outras pessoas que já existiam.
Vais dizer-me que o erro foi a mãe ter-lhe contado. Concordo que esse foi um erro, mas não foi o único.
Não concordo com estes “enganos”. Eu não gostaria de ser “enganada”. Lá por ser mulher e deter o poder de engravidar quando quiser, não quer dizer que o use de forma injusta. No caso de um casal, o pai tem que ter tanto poder de decisão como a mãe. Se fosse uma mulher sozinha que decide ter um filho, já poderia pensar de outra forma, mas ainda assim daria azo a debate quanto ao egoísmo de sujeitar um filho a não ter um pai.

SEGUNDO CASO
Um casal ainda jovem. Estão juntos e casados há alguns anos mas vivem numa casa muito pequena e sem condições para receber uma criança. Trabalham mas não têm estabilidade financeira e ainda não terminaram os seus cursos. Ambos querem ter filhos, embora o desejo seja maior na mulher. Acontece uma gravidez por acaso. Não é indesejada, mas também não foi planeada. A mulher até gostaria de a levar por diante, mesmo com todas as implicações nos seus estudos, vida profissional, necessidade de mudar de casa. Mas o marido não concorda. Ela sente-se só e desapoiada e acaba por concordar em fazer a interrupção. Logo de seguida ela tem um esgotamento, perda de memória, tem que fazer cura de sono, seis meses a anti-depressivos. Ela sabe que a origem está no desgosto pela opção que fez e di-lo ao marido. O marido prefere pensar que foi por excesso de trabalho e decide que nunca mais quer falar do assunto. A mulher sofre e sofrerá para sempre em silêncio.

TERCEIRO CASO
Um casal já com três filhos crescidos. O mais velho acabou de entrar na universidade e as despesas são muito difíceis de suportar. Acontece uma gravidez por acidente. É tomada a opção, por ambos, de fazer a interrupção. A mulher sofre e chora já a perda desse filho mesmo antes de interromper a gravidez e mesmo tendo apenas algumas semanas de gestação.

Conheço mais casos que de uma forma ou de outra acabam por ser pequenas variações dos que relatei. Em todos eles há uma constante:
Nenhuma mulher que é mãe (porque já o é a partir da fecundação) faz uma interrupção da gravidez se não estiver convencida que esse é o menor dos males. Ou seja, sacrifica o filho por nascer e sacrifica-se a ela própria em proveito de outros filhos já existentes e/ou da manutenção do casamento. Mas sofre, sofre muito! E nunca esquece, nem nunca deixa de sentir esse sofrimento. É uma ferida que nunca sara.

Portanto eu acho que sim senhor, deve existir liberdade de escolha e de fazer a interrupção com a assistência médica adequada. Já é suficientemente duro chegar ao ponto de a fazer, quanto mais fazê-la arriscando a própria vida.

14 comentários:

lélé disse...

O primeiro caso parece-me esquisito, quer dizer, não havia necessidade de sofrimento, se se assumisse a verdade, isto é, que o filho foi desejado pelo casal. Feito "ao engano", mas desejado.
Seja como for, no geral, concordo contigo. Abortar não é uma decisão fácil, é violento que baste e não o torna mais fácil a condenação dos moralistas, muito pelo contrário. Há que apoiar as mulheres que o decidem fazer e ajudá-las (não aconselhá-las, que os conselhos nem sempre são de fiar por serem normalmente muito subjectivos) nessa decisão.

Devaneante disse...

Mantenho o que disse... Nada do que dizes me parece razão bastante para optar por uma posição concreta, a favor ou contra. Na verdade seria possível imaginar outros casos para contrapor aos que referes.

Muitas coisas que nos acontecem podem ter implicações importantes nas nossas vidas. Uma gravidez indesejada é, também, um caso destes.

E tal como há muitos casos de gravidezes indesejadas que se tornam "casos de sucesso", com a criança a nascer e a viver uma vida normal numa família normal, também há casos completamente opostos em que uma criança nascida de uma gravidez desejada acaba por viver uma infância infeliz, com situações muito piores que aquelas que referes.

Tal como referi na altura, eu votei sim no referendo, mas continuo hoje, tal como na altura, muito dividido entre o sim e o não.

PjConde-Paulino disse...

Fenix:

Quanto ao aborto fico sempre "abespinhado" zangado, com o mundo, pela facilidade com que alguns tratam o assunto ( o que não é de forma alguma o teu caso,doce são))

O aborto fácil é o sintoma de uma sociedade sem escrúpulos, onde o valor maior se dilui nos interesses mesquinhos e egoístas, salvaguardando casos bem específicos.

A minha esposa tb sofreu, já depois do nosso "lipe" ter nascido, um aborto espontâneo e, mesmo assim foi muito difícil.

Um excelente dia, querida São

beijos

Pj

Unknown disse...

Eu votei a favor da interrupção voluntária da gravidez precisamente no ano em que estava à espera do meu filho, fruto de uma gravidez inesperada...

Nunca fui capaz de abdicar de ser mãe ou adiar esse momento, embora fosse uma das piores alturas da minha vida... mas isso sou eu... e hoje estou feliz por ter tomado essa decisão e acho que não seria tão feliz quanto sou hoje... mas cada pessoa têm o direito a decidir a sua vida... e prefiro que isso aconteça, em vez de crianças serem abandonadas e mal-tratadas...

Beijinhos

Paula Raposo disse...

Concordo contigo. Eu fiz 2 interrupções voluntárias de gravidez ao longo da minha vida de casada. Sei bem o que senti e sinto...beijos para ti e bom fim de semana.

Fenix disse...

lélé,

Ajudá-las, sem dúvida!
Eu acredito que a maior parte delas, se fossem apoiadas, mudariam de decisão. Nem que fosse escolhendo ter e doar para adopção. Embora isso também seja duro, mas é menos mau do que por termo a uma vida.

Fenix disse...

Devaneante,

Pois meu amigo, esta como muitas outras coisas importantes e que têm implicações na moral de cada um, é muito subjectiva.
Podemos argumentar indefenidamente e nunca chegaremos a acordo.
De qualquer forma é preciso que notes que eu defendo a liberalização, ou seja a liberdade de escolha. Não defendo o aborto!

Acho que a mulher que chega ao ponto de o fazer já tem, e terá para o resto dos seus dias, sofrimento suficiente só pelo facto de o fazer. Quanto mais ainda arriscar a vida e uma pena de prisão!
É cruel!
Deviam era ser apoiadas, não condenadas!

Fenix disse...

Pjsoueu,

Obrigada pelo carinho com que me tratas.
Vê-se bem que sabes o que é sofrer a perda de um filho, mesmo por nascer.
O meu aborto foi antes de ter a minha filha única. Foi muito difícil engravidar e depois abortei e tive que ser raspada e estar 4 meses de quarentena...
Depois novamente a mesma dificuldade para voltar a engravidar e quase abortei de novo.
Tive que passar um mês de cama.
Felizmente consegui ter uma filha, que é a menina dos meus olhos.
Mas não terei mais, porque já não tenho útero.

Mais uma vez te agradeço o afecto com que me tratas.
Bem hajas!

Fenix disse...

A Menina do Regador de Sonhos,

Pois é assim mesmo que eu penso, que é preferível nem deixar nascer um ser que vai ser condenado a sofrimentos. Não é justo. Ninguém pede para nascer. É obrigação de quem os faz nascer proporcionar-lhes uma vida digna. Eu falo por mim, se fosse para sofrer preferia que não me fizéssem nascer.
Acho que uma decisão destas também é uma forma de assumir responsabilidade. A responsabilidade de ficar com o sofrimento pelo aborto em vez de passar para a criança o sofrimento pela existência.

Claro que não se podem ter certezas à partida. A vida muda e aquilo que hoje nos parece vir a ser o futuro pode transformar-se de um momento para o outro. Para melhor ou para pior. Tal como o Devaneante diz.
Mas a decisão tem que ser tomada no presente, sem conhecer o futuro, apenas o imaginando com base nos dados existentes.

Fico muito feliz em saber que tomás-te a decisão de ter o teu filho e que conseguiste ultrapassar as dificuldades e hoje em dia são felizes!
Foste forte e conseguiste sair vitoriosa. Muito bem! Parabéns e muitas felicidades para ambos!

Fenix disse...

Paula Raposo,

Tivéste com certeza razões fortes para as fazer.
Lamento que tenhas tido que passar por isso.
Ainda bem que continuas viva e que tens outros filhos!
Mas a dor nunca passa, não é...?

Cândida Ribeiro disse...

Concordo contigo.
É certo que é muito doloroso perder um filho mas, se temos o livre arbítrio então cada um fará a escolha que na altura considera mais certa para continuar o seu caminho. Quando fazemos uma escolha já sabemos que poderemos sofrer com ela, e esta é daquelas escolhas que são difíceis, dolorosas e inesquecíveis. Por isso, é como muito bem dizes …fazer a interrupção com a assistência médica adequada para que a mãe não arrisque a própria vida.
Muitas mães sofreram pela perda dos filhos e alguns filhos sofreram pela perda da mãe.
Este é um assunto demasiado delicado e complicado…por isso difícil de todos estarem de acordo.
Parabéns pela coragem de abordares tal questão.
Beijinhos
canduxa

lélé disse...

Fenix, não posso deixar de responder ao teu comentário, porque sou de opinião 100% contra a tua, no que respeita a ter um bebé para doar para adopção... Essa é uma ideia que me arrepia.
Acho que, a partir do momento que a mulher assume a gravidez, ela tem de assumir a maternidade, caso contrário é preferível o aborto.

Fenix disse...

Canduxa,

Obrigada amiga!
Não há dúvida que foi necessária alguma coragem, especialmente porque no meu caso particular, me traz más recordações e sofrimento.
Quanto à divergência de opiniões, é mesmo como dizes, é difícil estarmos todos de acordo. Mas até é bom haver opinões diferentes, e que sejam expressas livremente, porque assim ficamos a conhecer outros pontos de vista e outras experiências de vida.
Eu acho sempre enriquecedora esta troca de opiniões e estes debates. Aprendo sempre alguma coisa e às vezes até mudo ou "limo" as minhas opiniões. Não sou rigída, gosto de aprender e evoluir, por isso invisto nestes debates. Felizmente temos liberdade de expressão.

Obrigada por estares presente e participares!

Beijinhos

Fenix disse...

lélé,

Amiga..., levantás-te outro debate...
Respondo-te no próximo post.

Beijinhos

Chegou ao fim das mensagens desta página?
Gostou do que viu?
Há muito mais para ver no arquivo deste blogue e nos meus outros blogues.

Aqui já em baixo está a lista de todas as mensagens deste blogue agrupada por temas. Para quem gosta do que vou escrevendo em verso têm os
Versos meus (com rima) e os Versos meus (sem rima). Para quem queira saber mais acerca de mim tem os Pedaços de Vidas Reais , etc.

Lá mais abaixo está o arquivo das mensagens deste blogue ordenadas por datas, a começar pelo princípiu, em Novembro de 2008. Foi um renascimento pois existiu (entre Julho e Outubro de 2008) um blogue que foi apagado.

Sinta-se convidado(a) a ver, ler, comentar.
Recebo e leio todos os comentários. Mesmo às mensagens antigas.

Seja bem vindo(a)!
:-)))

As apresentações (pps), os filmes, as músicas e outros ficheiros de outros formatos, como PDFs, DOCs e XLSs, publicados (ou não) nos meus blogues, vão também estando disponíveis no meu Skydrive.

O Citador

Citações de Temas Citações Soltas Citações de Autores

Homenagem a

Alexandre O’Neill

«Mesa dos sonhos»

Ao lado do homem vou crescendo
Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente
Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas
Ao lado do homem vou crescendo
E defendo-me da morte povoando
de novos sonhos a vida.


---------------------


Eça de Queirós

em "As Farpas" 1871

O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!"


---------------------


Fernando Pessoa

ANÁLISE

Tão abstrata é a idéia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.
Fernando Pessoa, 12-1911


---------------------

Nem Sempre Sou Igual

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...

Alberto Caeiro
O Guardador de Rebanhos

---------------------


Luis Vaz de Camões

Amor é...

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

GALERIA DE IMAGENS

Em homenagem aos que sofrem por causa do Cancro

Ofereço a todos os meus amigos e visitantes o código do laço rosa reluzente.

<img src="http://docs.google.com/File?id=dc6xjkpj_108hf3fq5gs_b"/>

Ofereço a quem a quiser levar


Código para copiar e colar em modo HTML:
<img src="http://docs.google.com/File?id=dc6xjkpj_2657dffpxz7w_b"/>

Código HTML do selo para o Dia da Mulher em tamanho pequeno:
<img src="http://docs.google.com/File?id=dc6xjkpj_2659c29qqwc7_b"/>

Ofertas da amiga Isabel do blogue Artista Maldito

Recebi estes selos sem qualquer regra para a sua re-atribuição.
Portanto sirvam-se meus amigos.
Levem os que vos agradarem para colorir as vossas "casas".
São ofertas do coração, tal como as recebi, com o coração.

Bem hajas amiga Isabel

Oferta da amiga Isabel do blogue Artista Maldito

Oferta da amiga Isabel do blogue Artista Maldito
Bem hajas Isabel

Oferta da amiga Isabel do blogue Artista Maldito

Oferta da amiga Isabel do blogue Artista Maldito
Bem hajas Isabel

Oferta da amiga Isabel do blogue Artista Maldito

Oferta da amiga Isabel do blogue Artista Maldito
Bem hajas Isabel

Oferta da amiga Isabel do blogue Artista Maldito

Oferta da amiga Isabel do blogue Artista Maldito
Bem hajas Isabel

Oferta do amigo do blogue MorTo Vivo

Oferta do amigo do blogue MorTo Vivo
Bam hajas Carlos

Oferta do amigo do blogue MorTo Vivo

Oferta do amigo do blogue MorTo Vivo
Bam hajas Carlos

Oferta do amigo do blogue MorTo Vivo

Oferta do amigo do blogue MorTo Vivo
Bem hajas Carlos

Oferta do amigo do blogue MorTo Vivo

Oferta do amigo do blogue MorTo Vivo
Bam hajas Carlos

Oferta da amiga do blogue Compondo o Olhar...

Oferta da amiga do blogue Compondo o Olhar...
Bem hajas amiga

Oferta da amiga do blogue Compondo o Olhar...

Oferta da amiga do blogue Compondo o Olhar...
Bem hajas amiga

Oferta da amiga Mariazita

Oferta da amiga Mariazita
Bem hajas Mariazita

Oferta da amiga Mariazita

Oferta da amiga Mariazita
Bam hajas Mariazita

Oferta da amiga do blogue "Pelos caminhos da vida."

Oferta da amiga do blogue "Pelos caminhos da vida."
Bem hajas amiga

Oferta do amigo BOTINHAS

Oferta do amigo BOTINHAS
Bem Hajas Botinhas

Oferta da amiga Ana Martins

Oferta da amiga Ana Martins
Bem Hajas Ana Martins

SOMOS MULHERES BEM RESOLVIDAS

SOMOS MULHERES BEM RESOLVIDAS
Bem Hajas Sanxeri

BLOG STAR DA NET

BLOG STAR DA NET
Bem Hajas Isabel

TREASURED AWARD

TREASURED AWARD
Bem Hajas Isabel

ESTE BLOG NÃO ME SAI DA CABEÇA

ESTE BLOG NÃO ME SAI DA CABEÇA
Bem Hajas Isabel

Presente da amiga Mariazita



<img src="http://docs.google.com/File?id=dc6xjkpj_110gxtfmwhb_b" />

Para a Lista de Blogues

Para a Lista de Blogues
Bem Hajas Lita

Para a Lista de Blogues

Para a Lista de Blogues
Bam Hajas Lita

Selo da Amizade

Selo da Amizade
Bem Haja Ana Martins

Prémio Nova Brisa

Prémio Nova Brisa
Bem Haja Ana Martins

Pedagogia do Afecto

Pedagogia do Afecto
Bem Haja Ana Martins

AGRACIADA COM O BLOG DE OURO PELA ISABEL DO BLOG ARTISTA MALDITO

AGRACIADA COM O BLOG DE OURO PELA ISABEL DO BLOG ARTISTA MALDITO
MUITO OBRIGADA ISABEL